segunda-feira, 5 de maio de 2008

Curtas do título

Foi nítida a mudança de comportamento dos jogadores do Palmeiras para a finalíssima contra a Ponte. Todos entraram mais ligados em campo, deixando para trás a letargia apresentada em Recife. Essa atitude blindou o time de eventuais surpresas, especialmente nos primeiros minutos da partida, em que a equipe campineira pressionou mais.

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Poucos falam dele, mas certamente o jogador a ser citado aqui fez a diferença nessa decisão. Leandro foi o rei da bola parada no Moisés Lucarelli e no Palestra Itália. De seus pés, saíram os primeiros gols das respectivas vitórias palmeiresnes e em momentos complicados das partidas.

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E pensar que Leandro chegou a amargar a reserva em 2006. Numa entrevista recente, ele disse que Luxemburgo cobra mais treinamento de fundamentos que Caio Jr. A cobrança ultrapassou as expectativas.

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Momento "With a Little Help from My Friends": Alex Mineiro sendo ajudado pelos companheiros a se transformar no artilheiro do campeonato paulista de 2008. Alex mereceu a ajuda. O gol de pênalti marcado por ele contra o São Paulo manteve o Palmeiras vivo nas semi-finais.

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Martinez e Pierre se redimiram da péssima apresentação de Recife. Fizeram um ótimo papel na grande final. E olha que tiveram trabalho redobrado para marcar dois meias de habilidade. No final, uma bela apresentação. Pena que Pierre talvez vá embora.

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Outro personagem dessa conquista sem dúvida foi Marcos. E tenho de fazer aqui um mea-culpa. Eu fui um dos que acharam precipitada sua volta ao time titular. E até usei no MSN um nickname pouco simpático a ele. Tecnicamente, porém, ele cresceu muito na competição desde então. Não precisou pegar pênaltis desta vez. Mas suas defesas com bola rolando trouxeram segurança ao time. Além do mais, serviu como Ombudsman ao criticar o desempenho nas duas últimas partidas (contra a Ponte e Sport, respectivamente). Marcos sai com alto moral deste Paulistão.

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Valdivia enfrentou dificuldades no começo da partida. Como principal referência do Palmeiras, ele vai ter atenção especial. É algo com o qual deverá se acostumar, caso fique até o final do ano. Mas ele compensou a dura marcação, marcando e roubando bolas importantes na intermediária adversária. Em um dado momento, ele caiu bem mais para a direta, jogando um pouco aberto para chamar a atenção. No segundo tempo, ele pode jogar mais ao seu estilo, pelo meio da área e fez um belo gol.

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Tenho de confessar que esperava mais da Ponte. Os jogadores e comissão técnica sentiram o peso de disputar uma final e se perderam dentro e à margem do campo. Sergio Guedes nunca poderia ter escalado o zagueiro Cesar. Sem tempo de bola, e em precárias condições físicas, foi dele a falta que originou o primeiro gol do Palmeiras. Sem dúvida que, a partir de agora, ele saberá muito bem a diferença entre esconder o jogo e mentir deliberadamente.

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Veja abaixo o gol de Valdivia na narração do genial José Silvério, da Rádio Bandeirantes



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E na sequência, acomanhe o primeiro gol de Alex Mineiro na narração de Dirceu Maravilha, da Rádio Record.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Curtas

Tudo o que o Palmeiras não precisava era ter de jogar uma partida importante da Copa do Brasil no intervalo entre os dois jogos da decisão paulista. O problema não é a derrota em si para o Sport Recife, muito menos o placar. É o ambiente que ela traz as vésperas do confronto com a Ponte. A torcida começa a ficar desconfiada, a imprensa começa a especular e o Luxemburgo explode, como na coletiva pós-jogo, em Recife.

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A dupla de volantes formada por Pierre e Martinez não foi bem em Recife. Isso faz pensar no que teria impedido Wanderley Luxemburgo de repetir o que fez em Campinas e escalar Wendell para ser parceiro de Pierre.

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Os três primeiros gols do Sport nascem ou de bolas cruzadas na área. Curioso notar que essa é uma jogada típica do São Paulo e que foi muito bem neutralizada na partida do Palestra Itália. Ou seja, experiência com relação a isso não faltava a defesa alviverde.

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O Palmeiras foi apático em campo. Resta saber se tal atitude teve uma motivação mental ou física. A segunda hipótese é a que preocupa mais.

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Vou concordar que Valdivia está devendo um bom futebol nas últimas partidas. Seria uma ótima oportunidade para Diego Souza aparecer mais, mas não é o que acontece. Seu baixo rendimento é algo que merece uma investigação maior.

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Olhando o elenco do Palmeiras, noto que não há um reserva imediato para Diego Souza (e nem para Valdívia). Léo Lima, meia ofensivo de origem e que foi improvisado como volante, está machucado. Deyvid Sacconi, outro meia, rompeu os ligamentos no começo do ano e está em recuperação. Francis, que está no elenco e tem condições de jogo, é volante. O jeito mesmo é improvisar com Lenny e Denilson, que são acacantes. Com isso, o time perde em criatividade.

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Com a derrota, começou a cornetagem. Li em alguns fóruns manifetações de gente que comparou o Sport ao Asa, de Arapiraca. Ora, o clube do Recinfe não é o Asa. É um time que tem tradição em nível nacional e é apontado como campeão brasileiro de 1987. O placar foi dilatado, mas uma derrota não é algo de outro mundo, como certos torcedores querem cornetar.