domingo, 22 de fevereiro de 2009

A vingança de Taddei

O jornalista Cosme Rímoli está com um blog bacana no UOL. Ao contrário de tantos outros, que privilegiam muito mais a opinião, o espaço é bem informativo. Há alguns dias ele publicou uma entrevista com Rodrigo Taddei, jogador brasileiro da Roma, que pretende agora defender a seleção italiana de futebol. Taddei cansou de esperar uma convocação de Dunga e, caso tudo ocorra dentro de seus planos, ele se igualará a Filó e Mazzola.

Mas não é sobre isso que eu quero falar. Acho que a grande maioria dos leitores deve se lembrar que Taddei começou sua carreira nas categorias de base do Palmeiras. Aproveitou a chance que lhe foi dada por Luiz Felipe Scolari e virou um coringa no time. Atuou como volante e na lateral-direita. Seu futebol não era aquele de despertar suspiros, mas era útil ao time. Contudo, a diretoria da época não pensava dessa maneira. Quando o contrato de Taddei terminou, ele não foi procurado para renovar. Resultado: pegou suas coisas, se transferiu para a Itália e foi parar em Siena. Se destacou no time local e logo chamou a atenção dos dirigentes da Roma.

Contestado no Brasil, Taddei goza hoje de enorme prestigio e respeito na Itália. Vale o clichê nesse caso: se arrpendimento matasse, acho que vários dirigentes do Palmeiras já não estariam entre nós. Era o típico caso de atleta com o qual seria possível fazer um bom dinheiro com a venda de seu passe. Todo o montante investido em sua formação foi para o ralo.

É incrivel como o Palmeiras tem facilidade em perder jogadores. Caso recente aconteceu com o zagueiro David, também formado pela base. Seu contrato terminou no final do ano passado. Na hora da renonvação, resolveram apelar para um contrato de gaveta em vez de conversar com o atleta e deu no que deu. Hoje ele está no futebol grego, defendendo o Panathinaikos, e pior: o clube não vai receber nenhum tostão furado pela transferência (existe uma apelação em curso na Fifa, mas, provavelmente, ela não dará em nada).

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Veja no player abaixo um gol marcado por David, na partida contra a Portuguesa, válida pelo Brasileirão 2008

Reações diversas

O Palmeiras de 2009 é certamente um dos times que mais provocou reações diversas da imprensa esportiva. Antes de o campeonato começar, muitos diziam que o clube estava atrás de São Paulo (que manteve a base e fez contratações pontuais) e Corinthians (que trouxe Ronaldo). Quando o campeontato paulista começou e a consequente sequência de vitórias, aqueles mesmos que olhavam com desconfiança passaram a fazer comparações exageradas com o time campeão paulista de 1996. Agora, com a derrota frente a LDU e o empate contra a Portuguesa, os críticos começam a manifestar dúvidas relacionadas ao potencial deste elenco.

Assim fica difícil. Será que os latinhas e canetinhas vão chegar logo a uma conclusão?

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Curtas do título

Foi nítida a mudança de comportamento dos jogadores do Palmeiras para a finalíssima contra a Ponte. Todos entraram mais ligados em campo, deixando para trás a letargia apresentada em Recife. Essa atitude blindou o time de eventuais surpresas, especialmente nos primeiros minutos da partida, em que a equipe campineira pressionou mais.

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Poucos falam dele, mas certamente o jogador a ser citado aqui fez a diferença nessa decisão. Leandro foi o rei da bola parada no Moisés Lucarelli e no Palestra Itália. De seus pés, saíram os primeiros gols das respectivas vitórias palmeiresnes e em momentos complicados das partidas.

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E pensar que Leandro chegou a amargar a reserva em 2006. Numa entrevista recente, ele disse que Luxemburgo cobra mais treinamento de fundamentos que Caio Jr. A cobrança ultrapassou as expectativas.

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Momento "With a Little Help from My Friends": Alex Mineiro sendo ajudado pelos companheiros a se transformar no artilheiro do campeonato paulista de 2008. Alex mereceu a ajuda. O gol de pênalti marcado por ele contra o São Paulo manteve o Palmeiras vivo nas semi-finais.

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Martinez e Pierre se redimiram da péssima apresentação de Recife. Fizeram um ótimo papel na grande final. E olha que tiveram trabalho redobrado para marcar dois meias de habilidade. No final, uma bela apresentação. Pena que Pierre talvez vá embora.

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Outro personagem dessa conquista sem dúvida foi Marcos. E tenho de fazer aqui um mea-culpa. Eu fui um dos que acharam precipitada sua volta ao time titular. E até usei no MSN um nickname pouco simpático a ele. Tecnicamente, porém, ele cresceu muito na competição desde então. Não precisou pegar pênaltis desta vez. Mas suas defesas com bola rolando trouxeram segurança ao time. Além do mais, serviu como Ombudsman ao criticar o desempenho nas duas últimas partidas (contra a Ponte e Sport, respectivamente). Marcos sai com alto moral deste Paulistão.

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Valdivia enfrentou dificuldades no começo da partida. Como principal referência do Palmeiras, ele vai ter atenção especial. É algo com o qual deverá se acostumar, caso fique até o final do ano. Mas ele compensou a dura marcação, marcando e roubando bolas importantes na intermediária adversária. Em um dado momento, ele caiu bem mais para a direta, jogando um pouco aberto para chamar a atenção. No segundo tempo, ele pode jogar mais ao seu estilo, pelo meio da área e fez um belo gol.

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Tenho de confessar que esperava mais da Ponte. Os jogadores e comissão técnica sentiram o peso de disputar uma final e se perderam dentro e à margem do campo. Sergio Guedes nunca poderia ter escalado o zagueiro Cesar. Sem tempo de bola, e em precárias condições físicas, foi dele a falta que originou o primeiro gol do Palmeiras. Sem dúvida que, a partir de agora, ele saberá muito bem a diferença entre esconder o jogo e mentir deliberadamente.

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Veja abaixo o gol de Valdivia na narração do genial José Silvério, da Rádio Bandeirantes



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E na sequência, acomanhe o primeiro gol de Alex Mineiro na narração de Dirceu Maravilha, da Rádio Record.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Curtas

Tudo o que o Palmeiras não precisava era ter de jogar uma partida importante da Copa do Brasil no intervalo entre os dois jogos da decisão paulista. O problema não é a derrota em si para o Sport Recife, muito menos o placar. É o ambiente que ela traz as vésperas do confronto com a Ponte. A torcida começa a ficar desconfiada, a imprensa começa a especular e o Luxemburgo explode, como na coletiva pós-jogo, em Recife.

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A dupla de volantes formada por Pierre e Martinez não foi bem em Recife. Isso faz pensar no que teria impedido Wanderley Luxemburgo de repetir o que fez em Campinas e escalar Wendell para ser parceiro de Pierre.

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Os três primeiros gols do Sport nascem ou de bolas cruzadas na área. Curioso notar que essa é uma jogada típica do São Paulo e que foi muito bem neutralizada na partida do Palestra Itália. Ou seja, experiência com relação a isso não faltava a defesa alviverde.

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O Palmeiras foi apático em campo. Resta saber se tal atitude teve uma motivação mental ou física. A segunda hipótese é a que preocupa mais.

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Vou concordar que Valdivia está devendo um bom futebol nas últimas partidas. Seria uma ótima oportunidade para Diego Souza aparecer mais, mas não é o que acontece. Seu baixo rendimento é algo que merece uma investigação maior.

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Olhando o elenco do Palmeiras, noto que não há um reserva imediato para Diego Souza (e nem para Valdívia). Léo Lima, meia ofensivo de origem e que foi improvisado como volante, está machucado. Deyvid Sacconi, outro meia, rompeu os ligamentos no começo do ano e está em recuperação. Francis, que está no elenco e tem condições de jogo, é volante. O jeito mesmo é improvisar com Lenny e Denilson, que são acacantes. Com isso, o time perde em criatividade.

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Com a derrota, começou a cornetagem. Li em alguns fóruns manifetações de gente que comparou o Sport ao Asa, de Arapiraca. Ora, o clube do Recinfe não é o Asa. É um time que tem tradição em nível nacional e é apontado como campeão brasileiro de 1987. O placar foi dilatado, mas uma derrota não é algo de outro mundo, como certos torcedores querem cornetar.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Resultado surpreendente, mas justo

Talvez a culpa seja da série de desfalques. Talvez a ansiedade tenha sido uma grande vilã. Mas o fato é que a Ponte Preta não conseguiu desenvolver seu jogo, domingo último, no Moises Lucarelli. Não é menosprezo dizer que se a partida contra o Palmeiras prosseguisse por mais 24 horas, o gol de empate não sairia. E o alviverde se aproveitou disso para abrir uma vantagem, ainda que pequena, para o jogo da volta.

Durante a semana, muito se falou sobre a possível escalação do Palmeiras, depois da contusão de Léo Lima. Li em algum lugar que uma das possibilidades seria o recuo de Diego Souza para ser um segundo volante. No entanto, prevaleceu uma formação mais ortodoxa, com a escalação de Pierre e Wendell, volantes de origem. E a decisão foi mais que acertada. A dupla deu estabilidade na marcação e foi responsável pela retomada de várias bolas na intermediária da Ponte. No primeiro tempo, esse esquema foi decisivo para o resultado parcial.

Depois do intervalo, prevaleceu a lógica. A Ponte veio com tudo para cima. Seria um ótima possibilidade do Palmeiras explorar os contra-ataques Porém, os jogadores (especialmente os do meio para a frente) sentiram o desgaste físico e mental ocasionado pelos dois jogos contra o São Paulo e a primeira partida das oitavas contra o Sport.

Luxemburgo lançou mão das entradadas de Denilson e de Lenny para tentar segurar a bola no ataque. Em certa medida, a idéia até deu algum resultado, mas não impediu a Ponte de deixar de atacar. No fim das contas, 1 x 0 (gol marcado por Kleber ainda na primeira etapa) foi um resultado surpreendente, mas justo.

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E o que projetar para a segunda partida? Voltaria Martinez ou Wendell seria mantido como titular? Os dois volantes que iniciaram a partida de domingo podem ser mantidos, até mesmo para a partida contra o Sport. E no resto, não há porque se mexer.

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Acompanhe no vídeo abaixo o gol de Kleber na narração de José Silvério (Rádio Bandeirantes)

terça-feira, 22 de abril de 2008

A história do gás

A história do gás lançado no vestário do São Paulo é mais uma que vai encher a paciência do leitor/ouvinte/telespectador. Já não basta o caso Isabella Nardoni.

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Não dá para aplaudir o responsável por essa atitude. Quem fez isso, colocou em risco a saúde de muita gente. E se Muricy Ramalho tivesse um piripaque mais grave no banco de reservas destinado ao São Paulo? Como ficaria a situação?

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Não acredito que tal coisa tenha partido da diretoria do Palmeiras. Afinal, tratam-se de pessoas inteligentes e com um certo nível cultural. O clube precisa se empenhar para encontrar o culpado e cortar da própria carne se for necessário. É a manutenção de jogos decisivos no Palestra Itália que está em jogo.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Mais um vídeo

O vídeo abaixo está fazendo sucesso nas comunidades do Palmeiras no Orkut. Seria uma suposta narração da tv chilena do gol de Valdivia. Como existe muita pegadinha na Internet, não dá para afirmar se ele é verdadeiro ou não. Nem dá para dizer se houve transmissão direta de Palmeiras x São Paulo para o Chile ou se a emissora faz um estilo TV Gazeta de apenas narrar um compacto. Mas de qualquer forma, vale a espiada.